Menina de 2 anos torna-se a primeira no mundo a receber uma orelha bioimpressa em 3D

[:pb]Um marco histórico está prestes a ser alcançado pela Universidade de Tecnologia de Queensland (QUT), na Austrália, onde os pesquisadores trabalham na primeira orelha bioimpressa em 3D funcional e implantável do mundo. Mais que isso: eles já têm um primeiro paciente em mente, a menina Maia Van Mulligan, de apenas 2 anos de idade, que nasceu com microtia, uma deformidade congênita onde uma das orelhas não se desenvolve plenamente. Embora o Projeto Maia seja inicialmente centrado apenas em um único paciente, o objetivo é desenvolver um processo de bioimpressão 3D padrão para implantes de ouvido dentro dos próximos 2 a 3 anos.

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Maia Van Mulligan tem 2 anos e nasceu com microtia.

O caso de Maia é bastante lamentável. Embora muitas pessoas com orelhas mal formadas ainda sejam capazes de ouvir, este não é o caso de pessoas com microtia. “Trata-se de uma condição em que não há orelha esquerda e também nenhum canal, o que significa que se trata de uma perda auditiva condutiva”, disse a mãe de Maia ao canal local 7News. A menina atualmente usa uma tiara que transmite som para seu cérebro, usando seu crânio como um condutor ósseo. Enquanto a pequena Maia provavelmente não sabe que lhe falta uma orelha, não vai demorar até que ela comece a se sentir muito diferente das crianças ao seu redor por possuir essa condição.

Este projeto de pesquisa promissor é parte da iniciativa “Advance Queensland’ do governo local, e já reuniu recursos para o desenvolvimento de implantes de tecidos de cartilagem em seres humanos. De acordo com Mia Woodruff, professora da Universidade de Tecnologia de Queensland e líder da equipe, cerca de 125 mil dólares australianos foram levantadas pelo governo do Estado e por diversos financiadores privados. A pesquisa deve percorrer um longo caminho, diz ela, no sentido de tornar as orelhas anatomicamente corretas com base nas próprias células de cartilagem dos pacientes. A equipe contratou o pesquisador Maureen Ross, PhD, para trabalhar no projeto, e tem se esforçado para levantar mais 50 mil dólares australianos via financiamento coletivo ainda este ano.

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Mãe da menina exibe orelha impressa em 3D

O projeto consiste de duas fases principais, sendo a primeira a mais simples: uma solução cosmética de pouca duração. Isso pode ser obtido a partir de uma orelha impressa em 3D feita a partir de silicone de uso médico, e que é anexada magneticamente ou com uma cola especial. Em um futuro próximo, esse passo pode ser obtido em questão de horas e será perfeito para pacientes com orelhas mal formadas ou danificadas.

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Pesquisadores acreditam que em 2 anos será possível imprimir uma orelha a US$ 200

Mas a fase de longo prazo é muito mais ambiciosa e gira em torno de uma solução complexa de bioengenharia. O objetivo, em poucas palavras, é o desenvolvimento de um processo de crescimento de uma orelha 3D a partir de células do próprio paciente utilizando um biorreator especial. Após algumas semanas de crescimento, a orelha “viva” pode então ser implantada cirurgicamente. Finalmente, a audição poderia ser obtida com uma construção biônica personalizada, para a qual os pesquisadores devem receber a colaboração de especialistas em biônica. Se bem sucedido, todo o procedimento pode custar tão pouco quanto US$ 200 por paciente. Este projeto de longo prazo está programado para levar de 2 a 3 anos.

Segundo o professor Woodruff, ambos os passos são revolucionários. “Ninguém nunca imprimiu próteses 3D de ouvido até então”, disse ele em entrevista à rede de TV ABC, acrescentando que os dados de digitalização 3D abriram uma ampla gama de possibilidades. “Podemos, por exemplo, alimentar uma impressora 3D com essas informações e imprimir o ouvido no consultório. Acredito que a capacidade de imprimir uma prótese de orelha em 3D vai custar ao público menos que um par de óculos”.

O projeto também envolve a Hear caridade australiana e Say, que ajuda crianças que sofrem de perda auditiva e orelha malformações. “Vai ser a primeira do mundo, absolutamente inédito”, disse o diretor-executivo instituições de caridade Dimity Dornan. “Até agora, ninguém foi capaz de quebrar o efeito cosmético que é tão importante para os pais.” Leeanne Enoch, o ministro da Inovação e Ciência do governo do estado, argumentou ainda que esta inovação irá pavimentar o caminho para uma investigação muito mais. “Esta pesquisa em particular abre a porta para a pesquisa incrível no campo da medicina do outro lado do mundo”, disse ela.

O projeto também envolve a instituição de caridade australiana “Hear and Say”, que ajuda crianças que sofrem de perda auditiva e malformações de orelha. “Será algo absolutamente inédito no mundo”, disse Dimity Dornan, diretor-executivo da entidade. “Até agora, ninguém foi capaz de quebrar o efeito cosmético que é tão importante para os pais”. Leeanne Enoch, Ministra da Inovação e Ciência do governo do Estado, argumentou ainda que esta inovação irá pavimentar o caminho para pesquisas ainda mais aprofundadas sobre o tema. “Esta pesquisa em particular abre a porta para outros estudos importantes no campo da medicina do outro lado do mundo”.

Embora o projeto ainda esteja no começo, a mãe da pequena Maia, Chloe Mulligan, já está convencida de que isso vai mudar drasticamente a vida da sua filha. “Pensava que ainda haveriam anos de distância em termos de desenvolvimento da tecnologia. A questão toda não é apenas sobre a perda auditiva, mas sobre ser socialmente aceito”, disse a mãe da criança. “Para nós, o dia em que ela disser: “esse é meu ouvido” será obviamente muito emocionante. Mas agora já podemos afirmar: “você terá uma orelha”.

Fonte: 3ders.org[:]

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