Como a impressão 3D tem ajudado deficientes visuais a “enxergar” o mundo
A impressão 3D também tem avançado no sentido de ajudar deficientes visuais e pessoas com visão parcial a “enxergar” o mundo ao redor de maneiras novas e inovadoras.
De objetos simples, como um quebra-cabeças 3D em braille, personagens de livros infantis, pinturas clássicas, mapas e até mesmo materialização das memórias de um indivíduo, a impressão 3D tem feito pequenos porém importantes avanços na forma como as pessoas com deficiência visual percebem seu ambiente.
Conheça 4 projetos dedicados a tornar o mundo mais colorido para pessoas com deficiência visual ou visão parcial:
Ilustrações de livros infantis
A designer Eva Sbaraini transformou personagens da famosa história de “O Pequeno Príncipe” em modelos de impressão 3D para crianças cegas.
“O conceito inicial por trás da transformação das ilustrações de 2D para 3D era criar recursos para melhorar a experiência de leitura para os cegos e pessoas com visão parcial através da materialização de ilustrações e gráficos de histórias famosas da literatura universal em objetos táteis e com relevos”, define a autora do projeto.
Obras de arte “tocáveis”
Consegue imaginar como é nascer sem a visão ou ficar cego mais tarde na vida? Quando as pessoas tentam explicar a você como algo se parece ou você tenta se lembrar com qual foto um determinado evento parece, definitivamente isso não é o mesmo que ver as coisas por si mesmo.
Pessoas do mundo todo têm testado maneiras de permitir que as pessoas cegas possam ‘ver’ novamente. Como por exemplo John Olson, ex-fotógrafo da famosa revista Life e co-fundador de uma empresa chamada PhotoWorks 3D, que desenvolveu e patenteou seu próprio processo de impressão para obras de arte.
“É um processo em 3 passos: na primeira etapa pegamos qualquer imagem bidimensional convencional e a convertemos para dados 3D. Uma vez que os dados tenham sido convertidos, nós os enviamos para uma máquina que esculpe os dados em um bloco de substrato. Isso infere tamanho, largura, profundidade e textura à imagem. Após ter sido esculpida, a imagem passa por um processo de impressão, onde a ajustamos para registro perfeito. O resultado disso é uma cópia tridimensional com tamanho, largura, profundidade e textura”, explica Olson.
Espaço de navegação
Pesquisadores da Hasso Plattner Institut (HPI) desenvolveram um sistema de exibição para cegos usando um cabeçote de impressora 3D chamado Linespace. É basicamente um sistema interativo de “visualização” para cegos em que os mapas são criados a partir de um computador controlado por voz.
“Usamos o Linespace para possibilitar aos usuários cegos o acesso ao tipo de pacote de software que somente as pessoas sem deficiência visual podem acessar, ajudando-os a interpretar e dar sentido a dados complexos. Até agora, já conseguimos criar um programa de uso de planilhas que pode ler e escrever no Excel, dois games e um ambiente de programação simples”, explicam os criadores do sistema.
Revivenciar momentos
Agora os deficientes visuais já podem interagir com seus livros favoritos, obras de arte e software de computador. Mas, e quanto à materialização de suas memórias?
“Touchable Memories” é um projeto social que imprime fotos antigas em 3D para cegos de tal maneira que eles possam tocar, sentir e reviver suas memórias mais preciosas. Algo como uma espécie de “código braille” para fotos. Desenvolvido pela agência espanhola LOLA para a startup Pirate3D, o objetivo do experimento é mostrar como a tecnologia de impressão 3D pode ser usada para impactar a vida das pessoas.
Mesmo para uma pessoa que só ficou cega mais tarde na vida, ela guarda as memórias de olhar para suas fotos, mas essas memórias desvanecem-se gradualmente e o que fica é apenas um pensamento distante e obscuro de um momento especial da sua vida. Este projeto torna a memória tangível novamente para que as pessoas cegas sejam capazes de se recordar daqueles momentos especiais como nunca antes.
Fonte: 3D Printing Industry
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