O papel transformador das RepRaps
Cláudio Luis Marques Sampaio, aka “Patola”, é um apaixonado por impressão 3D e entusiasta do hardware livre. Mais precisamente, da impressão 3D open source, ou ainda “movimento RepRap”, como queira chamar. Durante o 1º Flahwl (Fórum Latino-Americano de Hardware Livre), realizado em paralelo com a Latinoware 2015 dentro do Parque Tecnológico de Itaipu, em Foz do Iguaçu, ele iniciou a primeira das duas palestras que proferiu em sequência no auditório César Lattes [veja video abaixo] levantando a seguinte questão: Afinal, por que a impressão 3D desempenha um papel central nessa verdadeira transformação tecnológica que temos vivido ao longo dos últimos 10 anos?
A resposta a esta pergunta remonta ao ano de 2009, com o advento das RepRaps (“Replicator for Rapid Prototyping”) ou simplesmente “auto-replicador para prototipagem rápida”, como foi batizada a primeira impressora 3D do mundo com hardware aberto, com capacidade de auto-replicação, digamos, ~indefinida~. Chamava-se Darwin e, conforme nos conta Patola em sua palestra, Adrian Bowyer e Vik Olliver comprovaram suas teses e fizeram a impressora “pai” e a impressora “filha” no mesmo dia! Nesse mesmo ano, com a quebra da patente das FDMs, houve uma queda no valor da impressora 3D de duas ordens de grandeza, ou seja, “se uma impressora custava 1 milhão de dólares antes de 2009, ela passou a custar 10 mil dólares depois de 2009”, conta Patola. Um salto revolucionário importante para a consolidação das impressoras 3D “domésticas”, que são as RepRaps que qualquer pessoa pode ter em casa gastando cerca de R$ 2 mil hoje em dia.
Tipos de RepRaps
Existem inúmeros tipos e designs distintos para as RepRaps atualmente disponíveis no mercado, que se distinguem, entre outros fatores, pela forma como se movimentam os eixos da impressora. Entre elas, Cláudio destaca as impressoras 3D Deltabot ou Delta (reprap Kossel, reprap Rostock, 3DR), SCARA (reprap Morgan) e Polar, além da Ultimaker, Cubify, e as nacionais: Sethi3D, Tato, Movtech Prusa, entre outras.
Uma RepRap é composta de: armação (ou carcaça), eixos (delta, cartesiano, etc), motores, fonte, mesa (ou “bed”, preferencialmente aquecida), e extrusores, com hot end e cold end, para tração e derretimento do filamento a ser usado na impressão. Todo o funcionamento, etapas de impressão e tipos de filamentos, além dos softwares recomendados para “fatiar” a peça a ser impressa, contudo, são explicados em detalhes a partir da segunda metade do vídeo da palestra. Entre os fatiadores, ou os softwares a serem empregados para preparar o objeto a ser impresso, Patola cita o Cura e o Slicer como principais, ambos open source, além do Simplify 3D, que não é open source mas é também muito utilizado pela comunidade de impressão 3D.
Casos de uso
Imagina ser possível imprimir um velcro em uma impressora 3D open source? Sim, é possível! E uma placa de circuito? Ou ainda uma estrutura celular? Sim para essas e outras possibilidades, como por exemplo, o projeto social pioneiro da Dra. Maria Elizete Kunkel sobre próteses de mão criadas com impressoras 3D:
Abaixo, assista a íntegra da palestra de Cláudio Luis Marques Sampaio, aka “Patola”, durante o Flahwl 2015:
Acesse também os slides da palestra:
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