Printflatables, projeto do MIT, cria objetos 3D funcionais e infláveis
[:pb]Printflatables, projeto do MIT, cria objetos 3D funcionais e… infláveis! Como você reagiria a essa exclamação? Vindo do MIT, só poderia ser algo totalmente inovador, como de fato é: basicamente, trata-se de um objeto que pode passar de uma forma bidimensional plana em um objeto 3D funcional, e também voltar para o estado bidimensional, com o mínimo posssível de intervenção humana. Se analisarmos essa explicação friamente, contudo, observaremos que essa não é simplesmente uma inovação/invenção, mas, de fato, um item bastante comum no dia a dia – nosso velho e conhecido “inflável”. Quem nunca brincou com ele em algum momento da vida?
Como tudo começou
Um grupo de pesquisadores do MIT passou a pesquisar o potencial da tecnologia básica e efetiva por trás das “camas infláveis”, tendas e até mesmo aqueles “bonecos infláveis de posto” aliada a técnicas de impressão 3D para desenvolver algo mais avançado – um projeto que eles batizaram de “Printflatables”.
A equipe do MIT, liderada por Harpreet Sareen e Udayan Umapathi, é pioneira na abordagem para a fabricação de objetos 3D funcionais em grande escala. Os benefícios do uso de objetos infláveis logo se tornaram evidentes. Primeiro por serem muito leves, independentemente do tamanho, tanto em suas formas bidimensionais quanto em 3D, e segundo e não menos importante, os insumos de fabricação tendem a ser relativamente baratos. Além disso, na medida em que avançam os métodos para transformar um objeto de uma forma bidimensional para outra tridimensional, ajustar a quantidade de ar no interior do objeto é praticamente tão simples e tão rápido quanto possível.
Percalços
Aí você pode se perguntar: tá, mas porque só agora chegaram a essa conclusão, sendo algo tão útil e barato? A principal razão pela qual a tecnologia inflável ainda não é comumente usada para objetos funcionais é justamente a dificuldade relativa ao processo de produção. É por isso que a maioria dos infláveis tendem a possuir formas muito básicas, sem muito propósito prático.
“Os pesquisadores do MIT conseguiram desenvolver um novo sistema de impressão 3D, composto por uma impressora especializada e um programa de software, que possibilitam criar formas complexas mais facilmente”
O software trabalha o objeto 3D final e quebra esse modelo em suas formas 2D compostas necessárias. Esta geometria de fabricação bidimensional é então usada como entrada para um processo de fabricação controlado digitalmente, muito parecido com a forma como os modelos 3D são cortados em camadas para serem impressas em 3D. O sistema de impressão 3D, neste caso, é um ferro de contato térmico, que sela as camadas de um tecido termoplástico especial não extensível, a matéria-prima para as máquinas Printflatables.
O processo de selagem codifica informações a respeito da forma 3D final no inflável bidimensional, garantindo que o mesmo irá inflar corretamente. O mecanismo de dobragem que possibilita a transformação de um estado para outro é denominado ‘’the mountain’, e envolve uma séries de cálculos geométricos complexos pré-programados no software de impressão 3D. Este mecanismo também permite que o objeto carregue cargas e aplique forças em locais específicos quando inflado.
Aplicações práticas da tecnologia
A equipe trabalhou conjuntamente com designers para demonstrar a ampla gama de diferentes aplicações potenciais desta nova técnica de impressão, e alguns dos resultados dos testes foram detalhados no documento: ‘Printflatables: Printing Human-Scale, Functional and Dynamic Inflatable Objects‘. A tecnologia poderia ser implementada em breve por arquitetos, estilistas, médicos e profissionais em muitos outros campos do conhecimento.
Um exemplo impressionante é de uma persiana inflável projetada para janelas em escritórios e outros ambientes. Usando um solenóide – sensor que responde aos níveis de luminosidade – o sistema foi configurado para inflar ou desinflar dependendo da necessidade de se manter a janela fechada. Esta é uma maneira relativamente barata, simples e engenhosa para que os níveis de luz em uma sala sejam controlados automaticamente. Além dos objetos usados para controlar elementos específicos de um ambiente dessa maneira, grandes arranha-céus também podem ser projetados usando o método Printflatables.
Outra aplicação do Printflatables testada na prática foi um exoesqueleto vestível. O experimento foi usado no braço do paciente, que foi capaz de inflar ou desinflar usando um anel no dedo para acionar o mecanismo. Isso permitiu ao paciente levantar cargas pesadas mais facilmente. Os infláveis podem, portanto, ser usados para uma série de aplicações no campo da Ortopedia, por exemplo. Aplicações de segurança, como um tipo de airbag usado em torno do pescoço pelos ciclistas, também podem ser extremamente úteis, e experiências também foram realizadas com diversos tipos de roupas que podem ser transformadas a partir da tecnologia desenvolvida no MIT em itens funcionais como tendas ou colchões.
Fonte: 3ders.org[:]