Células solares já são comercializadas em larga escala na Austrália graças à impressão 3D
Especialistas de energia solar australianos que compõem o Victorian Organic Solar Cell Consortium (VICOSC) – um consórcio para desenvolvimento de célula solar orgânica – começaram a comercializar células solares desenvolvidas através de uma impressora 3D. O grupo, constituído por cientistas do CSIRO (órgão nacional para pesquisa científica na Austrália), da Universidade de Melbourne e Universidade de Monash, tem pesquisado a tecnologia há mais de 7 anos [veja vídeo] e descobriu uma forma de imprimir a baixo custo os painéis em plástico especial, incluindo smartphones e laptops, permitindo auto-recarga de equipamentos eletrônicos. Os cientistas afirmam que é possível também imprimir diretamente em paredes e janelas usando uma película solar opaca, o que permite, por exemplo, que um arranha-céu com painéis de células solares se torne completamente auto-suficiente em termos de energia elétrica.
“Nós as imprimimos em plástico de uma forma mais ou menos parecida com a que usamos para imprimir notas de plástico”, afirma Fiona Scholes, cientista sênior do CSIRO. “Conectar nossos painéis solares é tão simples quanto ligar uma bateria. E é muito barato também. A maneira com que eles se parecem e funcionam é bastante diferente do telhado solar convencional de silício”. O próximo passo é a criação de um revestimento por pulverização solar para aumentar a energia do painel. “Nós gostaríamos de melhorar a eficiência dos painéis solares – precisamos desenvolver tintas solares para gerar mais energia a partir da luz solar”, diz Scholes.
Um pouco de história
Em apenas três anos, os pesquisadores conseguiram evoluir de células do tamanho de uma unha a células de 10 centímetros quadrados. Em 2013, já eram capazes de imprimir células fotovoltaicas orgânicas do tamanho de uma folha de papel A3. O consórcio atualmente é líder mundial em capacidade de impressão de células solares e também no uso de diferentes tecnologias de impressão, mas este é só o começo da história. “Nós ainda estamos desenvolvendo as tecnologias e os materiais para que possamos imprimir de formas distintas para diferentes aplicações”, comentou, na época, Dr. David Jones, coordenador do projeto junto ao VICOSC.
Há 2 anos, a nova impressora era capaz de cuspir 10 metros de células solares por minuto, ou o equivalente a uma célula a cada dois segundos. Usando tintas de semicondutores, os pesquisadores imprimem as células diretamente em um “papel” fino de plástico ou aço flexível.
A ideia dos cientistas australianos é que, em um futuro muito próximo, seja possível criar anúncios com agradáveis luzes piscando sem o uso de baterias, mas com estes materiais – produtos de impressão 3D – revestindo edifícios, janelas e telhados para fornecer energia em uma ampla variedade de locais e situações. Como parte do consórcio, estudantes de graduação trabalham atualmente junto a cientistas, envolvidos em programas de treinamento e desenvolvimento para melhorar a tecnologia a longo prazo.
Fonte: Minds.com