Bioimpressão de elementos óticos oftalmológicos: o futuro também é 3D
[:pb]Já imaginou poder encomendar umas amostras de células em uma loja online, pagar com o cartão de crédito e recebê-las pelo correio? Se isso por si só já parece “coisa de ficção científica”, pense então em um sistema integrado a um Watson da IBM, com capacidade de propor a estrutura do material, e com isso a projeção de um cabeçote de impressão e toda a infraestrutura necessária para manter células vivas. O primeiro caso já existe, e você pode conferir diretamente no site da Cell Applications, Inc; já o segundo, deve se materializar daqui 3 ou 4 anos, conforme a projeção de Vagner Rogério dos Santos, pesquisador na Unifesp em Tecnologias Assistivas para Reabilitação em Oftalmologia e Neurologia.
“Até 2020 será possível usarmos imagens de ressonância, processar essas imagens, e com elas simular a qualidade do sistema ótico que se deseja aplicar a um determinado paciente”, conta o pesquisador, para quem “o grande desafio no momento é desenvolver uma técnica de impressão em que se possa manter uma célula viva e que ela ainda tenha sua função biológica preservada”.
De acordo com o pesquisador, essa tem sido a missão dos grandes centros de pesquisa de inúmeras empresas empenhadas em desenvolver tecnologias de impressão 3D nesse sentido. Questões como: otimização da impressão aditiva para imprimir material biológico; estudos de caso; conhecimento que uma empresa precisa desenvolver para operar em escala? Vagner dos Santos é categórico ao afirmar que “a capacidade de desenvolvimento no Brasil é altamente viável”, e que o país “tem condições de ser pioneiro no segmento”.
Tamanho otimismo vem de longos estudos e acompanhamentos em outras áreas de desenvolvimento envolvendo a biofabricação, como é o caso dos ossos x estruturas de titânio. “Assim como hoje podemos imprimir um osso, é nessa outra realidade que entraremos nos próximos anos: como vou imprimir um colágeno? Que tipo de colágeno? Que tipo de material vou imprimir para que o corpo absorva e faça o curativo?”, projeta o cientista. E vai além: “Essa é uma oportunidade que começa a surgir agora, porque o conhecimento necessário em fisiologia nós já temos. O que nós ainda não temos é a tecnologia necessária para fazer isso”.
Vagner, que também é pesquisador no Laboratório de Computação de Alto Desempenho da POLI/USP em Tecnologias para Cidades Inteligentes e sistemas IoT para suporte à saúde, palestrou durante o Inside 3D Printing 2017:
[:]