“Desafio da impressão 3D não é tecnológico, mas de mindset”, afirma Arthur Schuler da Igreja

[:pb]Imagine uma tecnologia que tenha evoluído tão rapidamente que foi muito além do entendimento das pessoas daquilo que é possível se fazer com ela. Pensou na internet? Quase acertou. Só que agora, com a impressão 3D, a transformação será ainda mais ampla e afetará diretamente inúmeras cadeias produtivas. Vamos refletir, por exemplo, sobre velhas (e caras!) questões de logística: a impressão 3D reduzirá drasticamente o volume de coisas transportadas pelo mundo e possibilitará entregas mais precisas sem armazenamento (alguém disse Amazon?!).

Futuro? Não, o mais impressionante é que isso já acontece, e em escala industrial. Mas, para muitos, a impressora 3D ainda é vista como um “brinquedo para imprimir objetos de plástico em casa”. Bem diferente de como pensa, por exemplo, Arthur Schuler da Igreja, CEO da Disrupt Treinamentos, convidado da 3DCloner para palestrar no Inside 3D Printing São Paulo. Para ele, o grande desafio da impressão 3D não vai ser técnico, mas de mindset. “As empresas ainda acham que a impressão 3D está no mundo da curiosidade ou da vantagem competitiva de quem sabe. Mas isso vai ser uma competência básica, assim como ter um ERP na empresa”, vaticina.

 

Oportunidades exponenciais

arthur schuler da igreja
“Vocês têm um perfil mais técnico, mas vão encontrar pessoas de negócio pela frente. E essas pessoas querem entender porque devem investir nisso [impressão 3D] agora, ou porque isso é uma tendência do futuro”, explica o executivo, que é também categórico ao afirmar que tudo o que se viu até agora em termos volume de negócios gerados por impressão 3D é apenas o começo de uma curva ascendente. Curva bem parecida, por sinal, com aquela surgida nos primórdios da internet, mas com uma diferença fundamental: se, naquela época, o “boom” tecnológico acontecia de forma isolada e confinada, “agora nós temos a tecnologia de forma transversal e crescendo de forma exponencial junto com a computação”, argumenta ele.

Arthur compara a curva de adoção das tecnologias de impressão 3D com o surgimento da web em 1998 e sua rápida evolução, apenas 10 anos depois. E conclui que estamos diante de um mercado onde, comparativamente, é “equivalente a possuir um pequeno provedor de internet em 1996”. Uma visão aprofundada de quem, só no ano passado, já passou por 357 cidades palestrando sobre temas como tendências em inovação e transformação digital.

E não é pra menos: de acordo com a consultoria Gartner, dentro dos próximos 18 meses, veremos os consumidores partindo de meros curiosos sobre a tecnologia de impressão 3D para a busca de equipamentos com preços mais competitivos, aplicativos e recursos mais atrativos. Como resultado, revela o estudo da consultoria, o mercado de impressão 3D praticamente dobrará de tamanho, a começar de 2014, e continuando ao longo de 2016 e durante os próximos anos.

Diante de tudo isso, Arthur aponta para um cenário de “atrito de consumo”, um conceito que parte da premissa de um consumidor voraz para ter o objeto imediatamente em suas mãos – algo ~resolvido~ pela impressão 3D. E cita o exemplo da convergência de tecnologias de realidade virtual (VR) e impressão 3D para uma experiência de compra mais rápida e eficiente: dentro de poucos anos, já será possível usar um Oculus Rift e passar por uma experiência de compra virtual onde o produto final – um tênis ou uma roupa, por exemplo – poderá ser impresso em um hub de impressão 3D mais próximo da casa do consumidor.

Futuro? Não! Presente, conforme a verdadeira aula sobre tendências em inovação disruptiva que foi a palestra de Arthur Schuler da Igreja durante o Inside 3D Printing São Paulo:

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